Depois de uma longa temporada vivendo exclusivamente dentro da minha cabeça, consegui fazer "um rabisquinho" nesse final de semana, ainda nas terras do "Zentangle" -- não é o tipo de coisa que agrada muito nos "Instagrams da vida" como eu teho comprovado, mas é algo que controla um pouco o estresse. Se eu posso dar uma dica, seria apenas fazer esse tipo de coisa sempre em folha boa -- esse aí foi feito em um caderno de desenho mais "pobrinho" -- desses de cartografia que vendem em todas papelarias -- e a tinta vazou por mais umas duas folhas, rsrs. E olha que eu estava usando canetas hidrográficas bem calminhas, nada de marcador permanente.
Tenho passado uns dias bem "deprê" com relação a tudo criativo. Eu imagino que a batalha pra se manter produzindo qualquer coisa criativa é diferente para cada uma das pessoas mas, a minha ainda é "Por quê?". Com 39 anos, cada vez eu me preocupo mais que vou morrer sem ter conseguido responder essa pergunta. Por que gastar tempo fazendo esse tipo de coisa? Por que essa "vontade" de estar envolvida com algo desse tipo nunca me deixa? Por que fazer esse tipo de coisa com tanta coisa de casa pra fazer, conta pra pagar e isso nem de longe ajuda em algo desse tipo? Por que criar qualquer coisa nesses anos "trevosos" que nos encontramos em diversos aspectos?
Há algum tempo, conversando com uma amiga, nós discutíamos que o mundo está em uma pulsão de morte (Tânato), e que, na atual circunstância se você não se envolve ativamente na criação de algo, acaba se deixando levar por esses "humores" do mundo, quando vê está sem esperança, deprimido, ansioso. É assim que eu me sinto na maior parte do tempo, então TALVEZ o único porque que realmente importe no momento, seja esse. Trazer ao mundo algo minimamente esteticamente agradável, e atrasar, mesmo que seja em alguns segundos, o relógio da própria destruição.
Questionamentos sombrios por um rabisquinho não é? Provavelmente -- mas é como diz a minha biografia do Instagram: "Riscando páginas pra marcar a vida". Nem que seja para garantir que, por hora, ainda estamos aqui.
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