Empacou no desenho? Atacando a curva de aprendizagem.

Quanto é preciso piorar antes de melhorar? Estou tendo essas discussões internas como uma esquizofrênica por conta do desenho. Pelo que se espera da curva a aprendizagem, toda vez que iniciamos o aprendizado de uma habilidade, a melhora inicial é sentida -- é fácil ir do nada a alguma coisa e se sentir motivado por esse pequeno progresso... Mas aí o tempo passa, você percebe uma certa melhora e... As coisas continuam assim por um tempo -- muito tempo às vezes. Estou naquela fase em que você sabe o quanto não sabe e, se você não tomar cuidado com essa fase, ela pode ser bem debilitante para a autoestima.

Mas como lidar com a maledeta curva de Aprendizagem?

Tenho pensado em algumas abordagens que podem ser úteis também para quem se sente empacado em suas habilidades desenhísticas ou em outras áreas.

Primeiro passo: Voltar ao básico.


Para aprender qualquer coisa, não devemos supor que sabemos mesmo o básico -- devemos nos certificar. Quantas vezes tentamos resolver um problema desconsiderando algo que era "impossível de ter esquecido" (como aquelas pessoas que ligam para o suporte técnico para dizer que o computador não está funcionando, esquecendo de verificar se ele está na tomada). Em desenho isso pode significar uma atenção maior é focada em aspectos como: linha, relação entre objetos, contorno, luz e sombra, composição etc., mas pode ainda estar relacionada a algo muito mais básico: você está utilizando o material correto? Já tive vários colegas de desenho que tentavam conseguir um desenho altamente sombreado, com diversos tons de cinza utilizando folhas de sulfite Chamequinho e lápis número 2 de escrita. Utilizar esses materiais não irá impossibilitar seu aprendizado mas... Com certeza irá ter um impacto considerável no resultado que você pode esperar, e você deve estar ciente de qual impacto será esse.

No meu caso, está faltando paciência e processo! Estou muito afoita para terminar e esqueço que primeiro é preciso medir tudo bonitinho e bem leve... Depois começar a sombrear, devagar e sempre. Internalizar isso será possível apenas com um comprometimento de Yoga.

Segundo passo: Escolha um guia.


Lessons in Classical Drawing: Essential Techniques from Inside the AtelierTeoricamente, estou utilizando o DTO (Drawing Tutorials Online - http://www.drawing-tutorials-online.com/) como base de estudo. Digo "Teoricamente", pois faz algum tempo que eu não assisto o meu vídeo diário. Comprei há alguns meses atrás esse livro da foto, o "Lessons in Classical Drawing" e gostei bastante - eu sou uma velha de alma e queria mesmo ter estudado em uma atêlie no estilo mais tradicional possível, então a abordagem do livro caiu como uma luva. Estou querendo adicioná-lo a minha linha mestra para conseguir seguir os temas necessários em uma ordem que faça sentido. Para ajudar, o livro vem acompanhado de um DVD com apoio aos principais temas - e com algumas breve entrevistas bem interessantes.

Terceiro passo: Comprometa-se.


Compromissos tem que fazer parte da agenda. No começo do ano eu me comprometi a desenhar um Pomodoro por dia. Por diversos dias eu esqueço esse compromisso, ou não consigo encaixá-lo no dia. Estou percebendo que o melhor a fazer, além de me comprometer com um tempo mínimo é me comprometer com um horário específico... E mantê-lo.

Quarto passo: Avalie.


A melhor forma de acompanhar o seu desenvolvimento é estabelecer e acompanhar indicadores. Esses indicadores podem ser quantitativos (quantos dias eu desenhei por semana, quantas horas eu gastei etc.) ou qualitativos (embora nem sempre a gente esteja apto a analisar objetivamente a melhora na qualidade da produção). Por hora, eu prefiro acompanhar da quantidade... E deixar que a qualidade se acerte com o tempo.

O rabisco que ilustra esse post...
Eu não ando gostando dos meus desenhos... Não vejo harmonia nas linhas, vejo o "levemente torto" das partes que compõe o rosto. Além disso, há uma certa falta de paciência no sombreamento que me irrita. Preciso trabalhar minha calma...

Rascunho 35

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