A arte zen, na força do ódio



Final de 2021 ficou marcado por um retorno ao Zentangle®, esse estilo de rabisco, registrado e patenteado por um casal norte-americano no início da década de 2000. Embora o ridículo de patentear como as pessoas podem ou não rabiscar e chamar seus rabiscos não me escape, o ódio-motor não está aí.

Quando você se identifica como "criativo", criar é uma necessidade. Não existe frustração maior do que acreditar ser algo que não encontra vazão — "to be a rock and not tô roll?", como já dizia há muito tempo o Led Zepelin. No entanto, precisamos todos pagar boletos — e quando a arte, assim com “a” minúsculo mesmo, não é a principal fonte de renda, é quase natural que ela fique esquecida, ou pelo menos adormecida.

O Zentangle®, ou "desenho zen", nesse caso, sempre aparece assim para mim. Pode ser complicado sentar, escolher referências, fazer estudos, artes do começo ao fim -- mas um ladrilho de Zentangle® acontece em 20 minutos. E apesar do zen no nome, deixa você liberar no papel todo o ódio, frustração e (porquê não) todo o desespero de não estar preenchendo nem uma folha com aquilo que gostaria de estar criando. Embora seja abstrato, na maioria das vezes, o resultado é esteticamente agradável e traz uma boa dose de satisfação.

Por onde começar com o Zentangle®?

Se você for uma pessoa com mania de fazer rabiscos e uma certa dose de ansiedade, muito provavelmente você já começou — rabiscando cadernos de escola, anotações de reunião ou rabiscando algo quando está no telefone. A grande sacada do casal Rick Roberts e Maria Thomas, está em patentear um método e abordagem para isso, tornando cada ladrilho (esses quadradinhos básicos do Zentangle®) quase em uma cerimônia do chá.

Para entender no detalhe como isso funciona, eu recomendo muito os dois livros a seguir.

Desenho zen - (Beckah Krahula)

Disponível na Amazon: https://amzn.to/3sJfIDa

Esse livro, apesar de não ter Zentangle® no nome (acredito que por questões de Copyright) é um verdadeiro curso no assunto — além de falar dos materiais, formatos e papéis, ele tem atividades semana a semana para que você se aprofunde nos enredos (as “estampas”/padrões base do Zentangle®) e possa ir evoluindo do básico até o avançado.

A arte do Zentangle®: 50 desenhos, projetos e ideias para relaxar e se divertir. - (Penny Raile)

Disponível na Amazon: https://amzn.to/3BmoFGg

Esse livro é mais voltado para a mão na massa – se você não faz questão de saber como fazer esses rabiscos do jeito “certo” e procura atividades práticas, esse é o seu cara. Muitas das atividades são realizadas no próprio livro (considero isso uma blasfêmia, mas sei que tem gente que gosta, rs). O formato é grande (um pouco maior que um A4) e depois de “rabiscado”, pode servir como um livro de colorir.

Está faltando inspiração?

Se os meus rabisquinhos não foram suficiente para oferecer inspiração, recomendo uma busca pelos termos #zentangle, #zia (zentangle inspired art) e #zenart no Instagram, para conhecer tudo que artistas incríveis estão fazendo com isso. Além de esteticamente agradável, eu garanto que é criativamente recompensador.



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